Foto do professor e fotógrafo Mariano Klautau Filho de estudantes em visitas guiadas por ocasião do aniversário da Cabanagem.
A política de desmonte do prefeito Igor Normando (MDB) ameaça a História de Belém. A Sala Armando Balonni, parte do circuito expositivo histórico do Museu de Arte de Belém (MABE), no Palácio Antônio Lemos, foi fechada e transformada em uma área istrativa da Prefeitura, impedindo o o da população a parte do acervo público.

A Sala possui obras como as pinturas “A Tragédia do Brigue Palhaço” (1947), de Romeu Mariz Filho e “Cabano Paraense” (1940), de Alfredo Norfini, iconografias que retratam momentos marcantes da História do Pará; a obra “Mendiga” (1951), de Antonieta Santos Feio, premiada em diversas exposições no Brasil, bem como obras de Dhalia Déa (1922 – 1990), e de fotógrafos paraenses reconhecidos internacionalmente, como Paulo Santos e Elza Lima, além de fotografias do francês Pierre Verger.
A decisão, realizada sem explicações, tem causado indignação em artistas, professores, pesquisadores e na sociedade em geral . “Estive recentemente lá para agendar uma visita com meus alunos de Artes Visuais da UNAMA e dei com a cara na porta! (…) Isso é crime, desrespeito e claro sinal de ignorância sobre a função de um museu. Nós, profissionais da educação e pesquisa em arte merecemos uma explicação oficial da Prefeitura de Belém e a imediata reabertura da sala”, disse o professor e fotógrafo Mariano Klautau Filho.
Outro a se manifestar foi o também professor Afonso Medeiros, do Instituto de Ciências da Arte da UFPA, que ressaltou o trabalho de profissionais de da arte, da arte/educação, da antropologia, da história e da museologia na preservação do Museu nas últimas décadas. “Às vésperas da COP30, a elite do atraso quer um Versalhes pra chamar de seu”, concluiu Medeiros, referindo-se ao Palácio na França, símbolo da monarquia absolutista.
O poeta e professor Paes Loureiro fez em vídeo, um novo “bilhete” a Igor Normando, apelando pela reversão do fechamento da Sala e sugerindo que o MABE seja transformado em um museu integral e ativo, com espaços dedicados à formação, seminários, visitas escolares e ações educativas. “É melhor ser lembrado por valorizar a arte do que por apagá-la”.
Sobre o Museu
O Museu de Arte de Belém (MABE) possui um acervo de mais de 1.900 obras, entre pinturas, desenhos, gravuras, esculturas, fotografias e objetos decorativos produzidos no Brasil e demais locais, iniciadas tais aquisições no final do século XIX, pelo Intendente Antonio Lemos, que idealizou a criação de uma Pinacoteca Municipal, sendo a obra matricial encomendada por Lemos, a tela “Os Últimos dias de Carlos Gomes” em 1899.
A MABE fica no Palácio Antônio Lemos, e foram reinaugurados em janeiro de 2024 pelo ex-prefeito Edmilson Rodrigues, depois de uma grande obra de restauro e revitalização, assim como a modernização dos sistemas de segurança, elétrico e contra incêndios.
Confira o vídeo de Paes Loureiro: